ANGELINO, O ANJINHO
Era véspera de
Natal... Os anjinhos voavam alegremente, derramando bênçãos em todos os lares.
Mas Angelino, que ainda era muito pequeno, começou a sentir-se sonolento e
pensou que fosse desmaiar de cansaço. Apesar disso, ele era orgulhoso e não
quis dizer para os outros anjinhos que eles estavam certos quando o
aconselharam a não acompanhá-los, porque ele não conseguiria completar a
viagem.
Angelino começou a
voar de modo desajeitado... Seus olhinhos fechavam e abriam... Mas ele não
pensou, nem por um segundo, em desistir... Ele continuou voando e cochilando,
voando e cochilando até que uma visão encantadora atraiu sua atenção. Uma das
casas, sobre as quais eles voavam, estava toda enfeitada à espera do Natal; e,
no parapeito das janelas, havia botas de feltro, prontas para receber os
presentes. Elas pareciam tão macias e quentinhas, e a noite estava tão fria!...
Angelino deteve-se no
ar por alguns instantes, pensando na maravilha que seria repousar aconchegado
em uma delas. Vencido pelo sono e pelo cansaço, após um breve momento de
indecisão, ele voou em direção a uma delicada botinha cor-de-rosa e decidiu que
seria ali mesmo que ele passaria a noite.
Pouco antes do
amanhecer, os outros anjinhos, que retornavam da viagem, acordaram-no sorrindo.
E Angelino, já refeito do cansaço, recusava-se a abandonar a caminha
improvisada. Dois anjinhos mais velhos entreolharam-se e concordaram entre si
que o único modo de convencer o amiguinho a partir seria transportando-o dentro
da botinha. E, assim, os dois anjinhos seguraram cada um em uma extremidade da
bota, que servira de abrigo para Angelino, e partiram na companhia dos demais.
Quando Mariangela
acordou e foi procurar os presentes na botinha, que deixara no parapeito da
janela de seu quarto, sentiu-se profundamente decepcionada ao verificar que ela
havia sido roubada. Mas alegrou-se, em seguida, quando os seus olhinhos se
depararam com uma pena brilhante que fora deixada no lugar da botinha. No
instante em que Mariangela segurou a pena, inexplicavelmente, ela tomou
conhecimento do que acontecera durante a noite. A garotinha sorriu ao imaginar
Angelino dormindo em sua botinha lá no céu.
Vocês não acreditam
nesta história?! Mas deveriam acreditar, porque eu sou Mariangela. Embora,
naquela noite, a minha botinha não estivesse lá para receber os presentes que o
Papai Noel costumava deixar, o maior presente eu já havia recebido: a visita de
um anjo.
Sisi Marques
HOJE VOCÊ ESCREVERÁ A HISTÓRIA
É com muito prazer
que eu, Caetano Augusto Petrarca dos Anjos, hoje estou aqui para estimular a
sua criatividade. Apanhe uma folha de papel, lápis e borracha para começar a
escrever. Você dirá: “Caetano, não sei criar histórias.” Bobagem! Você verá
como é fácil.
A proposta é bem
simples... Você terá que ler a história “Angelino, o Anjinho” com muita
atenção, para que o texto se revele como se fosse um filme. Esse é o segredo:
você tem que visualizar cada cena. É como se você estivesse lá, assistindo a
tudo, silenciosamente.
Depois, dispense os
anjinhos porque, dessa vez, eles não participarão da história. O título será:
“O Natal de Mariangela”. Não gostou do título?!... Então, invente outro, mas
lembre-se: nada de anjinhos. Será véspera de Natal, e as botas de feltro
estarão no parapeito das janelas. Alguém poderá roubá-las, o vento poderá
carregá-las, a chuva poderá molhá-las... Mas lembre-se: Angelino não estará lá
para abrigar-se em uma delas, e os anjinhos também estarão bem longe desta
história.
E, por último,
concentre-se... Na sua mente começam a surgir perguntas que precisam ser
respondidas com clareza. Você sorri e se diverte com a brincadeira. A tela está
em branco... Você é o artista e poderá pintar o quadro que mais lhe agradar...
Consegue ver a casa
de Mariangela? Você está voando e consegue vê-la do alto. Depois, você desce e
caminha ao redor dela... Observe os detalhes... Agora entre na casa. Espere!...
Antes de entrar, você contou quantas janelas havia?... O número de janelas é
igual ao número de botas de feltro?... É você quem decide. Continue prestando
atenção a tudo. Não use apenas a visão; use o tato, o olfato, a audição, e pode
até usar o paladar, se houver alguns biscoitinhos com leite aguardando o Papai
Noel.
Onde está Mariangela?
Consegue vê-la? Como ela é? O que ela está vestindo? Ela está alegre ou triste?
Consegue adivinhar os seus pensamentos? Ela deixou uma botinha na janela? O que
ela espera ganhar de Natal? Ela mora sozinha?...
Do mesmo modo que as
perguntas chegam à sua mente, as respostas também virão.
Foi uma viagem e
tanto, não foi?!... Eu acredito que você já está pronto para começar a escrever
a sua história. Ainda não?!... Deixe de ser preguiçoso!... Você não deseja
escrever, só quer companhia!... Ah, você já começou?!... Ótimo!... Continue
escrevendo sobre o Natal de Mariangela sem a visita do anjinho Angelino.
Depois que você terminar de escrever sua história, divirta-se com o caça-palavras abaixo.
Sisi Marques
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