Ernesto era um mercador
muito próspero. Antes de suas viagens, ele abastecia o navio com tecidos,
perfumes, utensílios de cozinha e mantimentos que, segundo ele, eram
indispensáveis e atrairiam compradores ansiosos por obtê-los. Quando ele
retornava de suas viagens, ninguém mais se surpreendia ao verificar que, além
de ter vendido tudo o que levara, ele ainda retornava com uma longa lista de
itens, que os seus fregueses lhe encomendavam para quando ele retornasse àquela
região.
Certo dia, porém, o
navio de Ernesto foi atacado por piratas. Ernesto estava no convés, admirando a
serenidade das ondas, quando uma jovem, que parecia estar se afogando, gritou
por socorro. Ele se atirou no mar para salvá-la, mas logo compreendeu que havia
sido vítima de uma terrível emboscada. O navio inimigo aproximou-se, e ele não
teve tempo de reunir seus homens e comandar a defesa.
O navio foi roubado com
toda a mercadoria e os seus pertences, e ele e seus subordinados foram
abandonados em uma ilha deserta. Mas, pior do que ter sido despojado de quase
toda a sua fortuna, foi ter perdido o próprio coração: ele se apaixonou pela
jovem que o enganara.
Mas Ernesto não poderia
ter adivinhado que Luna, a filha do temível pirata, também havia entregado o
seu coração para ele, no momento em que ele se aproximou com a intenção de
salvá-la.
Os dois jovens
apaixonados perderam a paz que costumava embalar seus corações. E tudo fizeram para
que houvesse um reencontro... Luna desistiu de acompanhar o pai em suas viagens,
onde a mentira, a desonestidade e o roubo reinavam. Ela comprou um navio e
contratou uma tripulação bem diferente daquela que o seu pai se orgulhava tanto
em liderar. O único objetivo de Luna era descobrir o paradeiro de seu afeto.
Quanto a Ernesto, após
ter sido resgatado juntamente com sua tripulação, ele continuou a ser mercador,
mas a sua rota, em vez de ser aquela que lhe garantiria mais lucros, passou a
ser a mesma do pirata, pai de sua amada.
Luna, ao descobrir que
o navio de Ernesto perseguia o navio de seu pai, não teve dificuldade em
localizá-lo. Entretanto, ela não ousou se aproximar... Ela aguardava o momento
em que Ernesto, cansado da viagem, buscasse a terra firme. E, quando isso
aconteceu, ela pediu a um de seus empregados para segui-lo a fim de descobrir
onde ele havia se instalado.
De posse da informação
desejada, Luna soube esperar até que a oportunidade surgisse. Durante uma
festividade local, os habitantes da vila se reuniram na praça, e os dois jovens
amantes puderam se reencontrar.
Quem me contou esta
história disse que Ernesto e Luna vivem juntos até hoje. Eu acredito que isso
seja verdade, porque também já ouvi dizer que, no céu, existe um lugar
destinado ao reencontro de corações que mergulharam nas ondas do verdadeiro
amor.
Desenhos de Michel Sipliano
História de Sisi Marques
Sisi,
ResponderExcluirQue linda historia!!
" ...já ouvi dizer que, no céu, existe um lugar destinado ao reencontro de corações que mergulharam nas ondas do verdadeiro amor." Amei!!!
E as ilustracoes sao incriveis!!! Bjs
Obrigada, Lucia, por suas palavras de incentivo.
ExcluirQuanto às ilustrações, eu sempre admirei o talento do Michel. Ele é Prof. de Arte. Ele é um amor de pessoa: muito gentil e atencioso.
Quando ele me mostrou os desenhos, na semana passada, eu não imaginei que eles me trariam inspiração para uma nova história. Eu estou muito feliz por ter, finalmente, iniciado essa parceria. Beijos