O meu nome é Ernesto. Se eu contar o que aconteceu na festa junina que houve na minha escola, ninguém acreditará!... Eu havia tentado a sorte na “boca do palhaço”, depois fui para a “pescaria”. Comi um pastel e deixei o melhor para o final: visitaria a “casa dos monstros”.
Comprei o ingresso e
fiquei na fila, aguardando a minha vez. Como eu conhecia os cinco garotos que representariam
os monstros, fiquei surpreso ao verificar que havia mais um: ele estava sentado
em um canto, acabrunhado e sozinho. Ninguém parecia notá-lo. Ele era bem mais
velho do que os meus amigos, tinha o rosto muito pálido e parecia vestido para
dançar quadrilha. Ele se assustou quando me aproximei. Achei tudo muito
aborrecido e deixei a sala. Comi mais um pastel e resolvi voltar para casa.
No caminho, percebi que
estava sendo seguido: o “sexto monstro” estava bem atrás de mim. Parei, e ele
se aproximou para me contar sua história: “Foi numa tarde fria como esta que
tudo aconteceu. Eu estava no altar esperando a Marinalva, e ela não apareceu.
Ela fugiu com o Heitor, meu melhor amigo. Desde aquele momento, a minha vida
terminou...”
Após ouvir a triste
confidência, enderecei-lhe algumas palavras amigas, imaginando que a encenação
ainda fizesse parte da apresentação. E fiquei petrificado quando ouvi uma
garotinha, que passou por mim, perguntar à sua mãe: “Por que ele está falando
sozinho?” Nesse instante, o infeliz rapaz desapareceu, e eu fiquei parado, sem
saber o que pensar.
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