No parque, havia várias árvores, e uma delas
abrigava um elfo. Ele era jovem e costumava esconder-se na copa de sua árvore
para observar os garotos que se divertiam brincando, esquecidos de tudo. O elfo
desejava juntar-se a eles, mas não sabia como reagiriam à sua presença. Ele se
considerava estranho e inadequado... Suas orelhas pontudas e sua magia denunciavam
sua origem incomum.
Certo dia, porém, um dos garotos que ele observava
chamou sua atenção de modo especial. Havia algo diferente nele, e logo ele
descobriu o que era. O garoto usava um boné e se destacava em todos os jogos.
Ele certamente estava usando magia, e o boné poderia estar sendo usado para
esconder suas orelhas. O elfo não se enganara... Ele enviou uma mensagem
telepática, e o garoto, no mesmo instante, olhou para o alto da árvore e
conseguiu avistá-lo. O elfo assustou-se e refugiou-se no interior de sua
árvore.
Quando anoiteceu, ele já havia se esquecido do
incidente, e deixou sua árvore por alguns minutos, para caminhar no parque. O
garoto de boné, que anteriormente brincava com os outros garotos, surgiu à sua
frente e readquiriu a forma adulta antes de dizer: “Finalmente o encontrei!...
Sou seu pai. Você tinha três anos quando sua mãe e eu localizamos um portal que
nos levaria à nossa dimensão; mas, no momento em que estávamos realizando a
travessia, você soltou da mão de sua mãe e saiu correndo para perseguir um
animalzinho. O portal se fechou, e foi só depois de nove anos que conseguimos
encontrar outro portal. Venha, meu filho... A sua mãe o espera... Na nossa
dimensão, você fará muitos amigos, e nunca mais provará o gosto amargo da
solidão.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário