sábado, 23 de maio de 2015

UM REINO MÁGICO POVOAVA A SUA MENTE

Era uma vez um homem chamado... Que importância tem o nome desse homem?!... Homens e mulheres têm nomes. Se ele fosse mulher, em vez de homem, também não faria diferença alguma.

Ele tinha um sonho... Eu sei o que você deve estar pensando: “Que importância teria o sonho desse homem?!...”. E eu respondo: “Para nós, nenhuma!... Mas, para esse homem, o sonho, que despertou timidamente em seu coração, tornou-se a razão de sua existência. Ele só não perdeu o contato com a realidade porque precisava trabalhar para garantir a sua sobrevivência.

Um reino mágico povoava a sua mente, e ele tinha a necessidade de mostrá-lo às outras pessoas. Ele não era artesão. Suas mãos eram desajeitadas, e ele jamais conseguiria imprimir em suas miniaturas a delicadeza e a riqueza de detalhes que os seres imaginários possuíam. E esses seres não sabiam esperar... Eles estavam sempre em movimento...

Quando o homem acreditava que já tivesse conhecido todos eles, surpreendia-se e sorria com o aparecimento de novos habitantes!... Não havia tempo para aprender o ofício de artesão, porque ele se distanciaria daquele mundo de sonhos, na vã tentativa, de representá-lo.

A única saída seria encontrar alguém que fosse artesão e que se dispusesse a ouvi-lo. Mas quem trabalha diligentemente também procura reservar um tempo para poder acalentar os seus próprios sonhos... E ninguém parecia disposto a ajudá-lo.

Ele chorou porque não conseguiu segurar as lágrimas... Ele se sentia só naquele túnel frio e escuro... Mas, de repente, um daqueles seres mágicos apareceu e o conduziu através de uma passagem que ele desconhecia.

O homem perguntou: “Aonde você está me levando?!...”. E o ser encantado respondeu: “A um lugar onde você poderá viver em paz, porque não sentirá a necessidade de representá-lo.”. Confuso, o homem perguntou: “Que lugar é esse?...”. Esboçando um sorriso cativante, a criatura mágica colocou o dedo indicador  sobre os lábios, e o homem compreendeu que chegara o momento de se calar e viver feliz em seu mundo de sonhos.



sexta-feira, 22 de maio de 2015

ENTRE SONHAR E FAZER...


Entre sonhar e fazer existe uma distância enorme!!!... E, nem sempre, os sonhos encontram espaço para florescerem nesta realidade.

Demétrio era um sonhador, e os seus sonhos não saíam das fronteiras de sua imaginação. Quem o visse, com o fone de ouvido escutando música, não conseguiria ter ideia do que acontecia em sua mente quando a música começava a tocar.

Aquele era o momento em que o sonho se realizava: ele assumia o seu lugar, em sua banda imaginária, e começava a dar tudo de si. O prazer que Demétrio sentia era indescritível!... E era esse mesmo enlevo que o convidava a permanecer horas, em seu quarto, sozinho. E era essa mesma satisfação que murchava quando ele tinha que se afastar de seu castelo de sonhos.

Certo dia, a música tocou o seu coração de um modo mágico e inesperado!!!... Ele se sentiu arrebatado de tal forma que desejou que aquele estado durasse para sempre. Ele se apaixonou pelo sonho de se tornar músico, e essa paixão desafiou o que ele havia acreditado até então.

Demétrio escreveu, em seu coração, que a paixão dissolveria a distância entre o sonhar e o fazer, e afirmou que o seu  sonho floresceria nesta realidade.




quarta-feira, 13 de maio de 2015

O MUNDO SEM CORES DO REI GORDINHO

O rei Gordinho comia demais. E, para que sobrasse mais comida para ele, os moradores e os trabalhadores do castelo comiam bem pouquinho. E o rei Gordinho continuava engordando, engordando, engordando...

Em uma manhã fria e chuvosa, um homem muito velho e magrinho bateu à porta do castelo, pedindo abrigo e um prato de comida. O rei disse: “Dormir no castelo, você pode. Mas, comer aqui, não!... Não podemos ter mais uma boca para sustentar!...”

A manhã tornou-se noite no momento em que o ancião ergueu os braços e exclamou: “Rei Gordinho, rei Gordinho!... É a sua boca que come a comida, do reino, todinha!... A sua boca irá se fechar... E, para se alimentar, as cores dos alimentos, com as extremidades dos dedos, você irá retirar!...”

As cores dos alimentos não bastavam para saciar a fome do rei Gordinho!... Ele adorava comer macarronada, e seus olhos quase saltaram das órbitas quando se deliciaram com a coloração vermelha do molho!...

O rei Gordinho não era apenas guloso, ele era egoísta também. Ele não dava e não emprestava nada a ninguém. Para evitar pensar em seu apetite voraz, ele começou a prestar atenção na mobília, nas cortinas, e o desespero apoderou-se dele no momento em que ele percebeu que também se alimentava das cores desses objetos. Assustado, ele se olhou no espelho e viu a coloração de sua pele, de seus lábios, de seus olhos, de seus cabelos, de sua coroa e de suas roupas desaparecerem. Ele escondeu as mãos nos bolsos de seu manto, mas já era tarde, porque o mundo ao seu redor tornara-se fantasmagórico.

O rei gritou. Mas todos haviam partido... Não havia ninguém que pudesse socorrê-lo!... Ele tornou a gritar... Gritou desesperadamente!... E só parou de gritar quando ouviu o seu criado, compadecido, dizer: “Está tudo bem!... Vossa Majestade estava sonhando!... Há um homem lá fora!... Está frio e chove muito!... Ele pediu abrigo e um prato de comida!... O que eu digo a ele?!...

O rei Gordinho respondeu: “Mande-o entrar e sirva a ele o que tivermos de melhor!... Não economize!... Você está muito magro!... Sente-se à mesa você também e convide todos os moradores e trabalhadores do castelo para lhe fazerem companhia e servirem-se do que tiverem vontade. Hoje não irei comer. Passarei o dia todo agradecendo à Providência pelo muito que sempre recebi e, principalmente, pelo sonho que tive esta noite.



Texto: Erica Patricia Cardoso, Eugenia D’Amorim, Iris Oliveira, Juliana David, Lucia R. V. Haddad, Rosangela Vanzillotta, Sandra Regina & Sisi Marques

terça-feira, 12 de maio de 2015

LUZIR, UM ESPLENDOROSO MUNDO DE PAZ!

Era uma vez um planeta chamado Luzir. Os habitantes desse planeta eram seres luminosos e conviviam pacificamente com os seres alaranjados salpicados de pintas amarelas.

Mas essa harmonia não foi construída da noite para o dia. A luminosidade que os habitantes de Luzir irradiavam era obtida através do uso contínuo de um colar, cujas contas brilhantes eram consideradas sagradas. Um planeta que ostentava tamanha luminosidade certamente atrairia a atenção de seres que se alimentavam de luz.

Os habitantes de Luzir, temerosos, levantaram os olhos para o céu e ficaram aguardando as naves que se aproximavam. Inexplicavelmente, as contas de todos os colares se apagaram, e o planeta ficou mergulhado em uma escuridão que parecia eterna. Os invasores, por mais decepcionados que estivessem, não poderiam retornar ao seu planeta de origem por falta de combustível. E os habitantes de Luzir sofriam ainda mais do que eles, porque haviam perdido a luminosidade de que tanto se orgulhavam.

O rei de Luzir pediu a todos que permanecessem calmos. Ele procurava disfarçar a preocupação que o desaparecimento de sua filha, a princesa Lua Nova, lhe causava.

Para a surpresa do rei, dos súditos e dos invasores, a princesa, pouco tempo depois, também comparecia à reunião. E todos notaram que ela era a única que não havia perdido sua aparência luminosa. Intrigado, o rei perguntou: “Por que você ainda brilha como se fosse uma estrela, se as contas do seu colar também se apagaram?”

Sorrindo, Lua Nova disse: “A minha luz não se apagou, porque ela emana do meu coração. O medo fez com que todas as contas se apagassem, mas a confiança no bem poderá fazer com que todos os corações irradiem feixes de luz. Fechem os olhos e permitam que a esperança de uma convivência pacífica habite a mente e o coração de todos vocês.”

Embalados pela doce voz de Lua Nova, os habitantes de Luzir, os invasores e até mesmo o rei fecharam os olhos. E, quando tornaram a abri-los, puderam contemplar a luz que cada um deles irradiava. Os invasores choraram de emoção, e os habitantes de Luzir aboliram o uso dos colares, cujo brilho havia se extinguido.



Texto: Erica Patricia Cardoso, Eugenia D’Amorim, Iris Oliveira, Juliana David, Lucia R. V. Haddad, Rosangela Vanzillotta, Sandra Regina & Sisi Marques